domingo, 11 de setembro de 2011

POEMA - DASDÔ



DASDÔ

Na antiga rua do Sovaco
Mora Dasdô
Numa casa simples
Janelas altas e de portas gigantescas
       (herança da família)
Antes estudava, sonhava ser professora
Hoje casada, diverte-se vendendo imagens.
Seis filhos à sua saia
E o marido é carpinteiro
       (antigo vizinho seu)

A tinha como mana
mas o tempo esqueceu
mesmo assim ao meio dia
na agonia do ir pra casa
de longe reparei naquela banca
olhar límpido, sorriso debulhado
e a felicidade criança
daquela que um dia
compartilhou de minhas esperanças

Permanece intacta
 f e l i z
como se nunca tivesse saído
da antiga rua do sovaco.

Poema extraído de “Santos de Quarentena”/Iris Tavares
 Fortaleza, Expressão, 1992.

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