terça-feira, 18 de junho de 2013

MEMORIAL WEBFOR 2013



MEMORIAL WEBFOR 2013
Íris Tavares (*)

A realização do WebFor2013 – Fórum Nacional de Comunicação Digital – atingiu seus objetivos ao promover uma ampla discussão entre os comunicadores digitais de diversas regiões do país, sobre a democratização das mídias e as questões legais do marco regulatório.

O tema da democratização da comunicação atravessa duas décadas e, nesses últimos vinte anos, o enfrentamento de setores que reivindicam políticas públicas para os meios digitais de comunicação se depara com cenários desafiadores patrocinados pela velha mídia, principal correia de transmissão do sistema capitalista.

A democratização das mídias sociais no Brasil esbarra no ambiente viciado da mídia tradicional, por isso a neutralidade tem papel importante nos avanços para garantir a liberdade, a governança, a universalidade e a diversidade nos meios de comunicação. 

Com base na necessidade e na importância de se garantir a liberdade das vozes, diálogos postados sobre o marco regulatório das mídias denunciam a mensuração do limite da liberdade de expressão no mundo e a ausência da liberdade de expressão na sua totalidade; a liberdade emprestada pela internet sugere buscar o acesso à banda larga; a democratização das mídias exige a ação dos movimentos sociais e a mobilização da sociedade; a comunicação é uma matéria transversal; o jornalismo é fruto de uma necessidade social e do direito à informação; o jornalismo não deve ser a reprodução do aparelho ideológico dos donos das empresas de comunicação.

Os palestrantes, em sua maioria professores, estudiosos e pesquisadores de temas relativos à democratização das mídias, com certo rigor científico, problematizaram alguns aspectos das questões em tela: a liberdade de expressão no Brasil está em xeque? Quais os limites de um novo marco regulatório da mídia no Brasil? Quais as fronteiras da imprensa na América Latina e no Brasil? Quais as perspectivas na luta pela democratização da comunicação? A liberdade de expressão é uma exclusividade dos barões da mídia?

Das seis conferências, importa destacar: a) novas mídias e a comissão da verdade; b) as mulheres, a internet e as violências de gênero que renderam contribuições valiosas de experiências vivenciadas pelas pessoas de diferentes regiões ali representadas; c) a clareza de que a internet é uma fronteira onde cabe a radicalização dos direitos humanos.

Arrisco-me a declarar que o público presencial, composto por estudantes de jornalismo e militantes da blogosfera, garantiu qualidade e excelente nível de debate, consciências apuradas e comprometidas com o debate das mídias, que é mundial.

Saúdo e felicito a equipe responsável pela realização do WebFor2013 e aproveito para lembrar a você que a sua assinatura no Projeto Popular é fundamental. Continuaremos na luta! Até o WebFor 2014. Salve!


(*) Historiadora e mestra em Políticas Públicas e Gestão na Educação Superior (UFC).

sexta-feira, 24 de maio de 2013

FÓRUM NACIONAL DE COMUNICAÇÃO DIGITAL EM FORTALEZA – WEBFOR 2013




FÓRUM NACIONAL DE COMUNICAÇÃO DIGITAL EM FORTALEZA – WEBFOR 2013
Íris Tavares (*)

  O Ceará, entre os estados brasileiros, tem merecido destaque quando se debate a democratização da comunicação. A realização da terceira edição da WebFor é legítima e se fortalece mediante a participação da sociedade e das mídias que constituem um instrumento por meio do qual as vozes e o coletivo de ideias buscam comunicar, interagir.

   Fortaleza tem uma história de protagonismo invejável. Como exemplo, vale ressaltar a memória desta cidade, que desde 1956, está interligada por cabos submarinos, que são fruto de uma tecnologia que permite interligar países e continentes. A cidade de Fortaleza é a porta de entrada para as redes internacionais de telecomunicação. O Brasil, pela sua dimensão continental, utiliza o cabo submarino para interconectar toda a sua costa. A Terra da Luz, a mesma de Dragão do Mar, cuja luta pela liberdade não é tão remota, atravessa as águas claras do oceano Atlântico.

                Em 1998, o modelo neoliberal deu conta da privatização da primeira subsidiária da Telebrás no território cearense. Os tucanos de plantão venderam um dos maiores patrimônios públicos: a Telecomunicações do Ceará S/A. Somado a isso, o império privado da comunicação é rentável para uma elite, cujo poder econômico interfere no poder político, um dano irreparável à democracia.

  A ciência declara que nada é por acaso, nada é tão natural. Valer-se do rasgo memorial dos fatos de uma trajetória recente no cotidiano da sociedade e do movimento social é viver e ensaiar formas de resistir e sobreviver aos golpes insanos do sistema capitalista. A ágora continua sendo o círculo das vozes, das falas, agora, em tempo e espaço cibernético e virtual, porque a alma, a anima, os sentimentos, os anseios pela liberdade, os direitos humanos, a comunicação e o diálogo entre os povos continuam sendo uma necessidade na caminhada dos seres humanos.

        Por isso valorizar, mobilizar e promover o debate da democratização da comunicação é de fundamental importância nos dias atuais. Urge que a sociedade brasileira possa compreender que conectar o mundo requer mobilização de recursos humanos, técnicos e financeiros que possam dar conta das metas de conectividade estabelecidas no marco da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação (CMSI). As iniciativas locais e regionais configuram-se como um esforço legítimo que deve somar-se ao enfrentamento permanente em busca da redução da brecha digital em todo mundo.

              Bem-vindos ao Fórum Nacional de Comunicação Digital em Fortaleza, parceiros da blogosfera, blogueir@s do Brasil e das Américas. Cabe um inteligente e precioso debate sobre a democratização da comunicação. Salve!

(*) Historiadora e mestra em Políticas Públicas e Gestão na Educação Superior.