MEMORIAL WEBFOR 2013
Íris Tavares (*)
A realização do
WebFor2013 – Fórum Nacional de Comunicação Digital – atingiu seus objetivos ao
promover uma ampla discussão entre os comunicadores digitais de diversas
regiões do país, sobre a democratização das mídias e as questões legais do
marco regulatório.
O tema da
democratização da comunicação atravessa duas décadas e, nesses últimos vinte
anos, o enfrentamento de setores que reivindicam políticas públicas para os
meios digitais de comunicação se depara com cenários desafiadores patrocinados
pela velha mídia, principal correia de transmissão do sistema capitalista.
A
democratização das mídias sociais no Brasil esbarra no ambiente viciado da
mídia tradicional, por isso a neutralidade tem papel importante nos avanços
para garantir a liberdade, a governança, a universalidade e a diversidade nos
meios de comunicação.
Com base na
necessidade e na importância de se garantir a liberdade das vozes, diálogos
postados sobre o marco regulatório das mídias denunciam a mensuração do limite
da liberdade de expressão no mundo e a ausência da liberdade de expressão na
sua totalidade; a liberdade emprestada pela internet sugere buscar o acesso à
banda larga; a democratização das mídias exige a ação dos movimentos sociais e
a mobilização da sociedade; a comunicação é uma matéria transversal; o
jornalismo é fruto de uma necessidade social e do direito à informação; o
jornalismo não deve ser a reprodução do aparelho ideológico dos donos das
empresas de comunicação.
Os
palestrantes, em sua maioria professores, estudiosos e pesquisadores de temas
relativos à democratização das mídias, com certo rigor científico,
problematizaram alguns aspectos das questões em tela: a liberdade de expressão
no Brasil está em xeque? Quais os limites de um novo marco regulatório da mídia
no Brasil? Quais as fronteiras da imprensa na América Latina e no Brasil? Quais
as perspectivas na luta pela democratização da comunicação? A liberdade de
expressão é uma exclusividade dos barões da mídia?
Das seis
conferências, importa destacar: a) novas mídias e a comissão da verdade; b) as
mulheres, a internet e as violências de gênero que renderam contribuições
valiosas de experiências vivenciadas pelas pessoas de diferentes regiões ali
representadas; c) a clareza de que a internet é uma fronteira onde cabe a
radicalização dos direitos humanos.
Arrisco-me a
declarar que o público presencial, composto por estudantes de jornalismo e
militantes da blogosfera, garantiu qualidade e excelente nível de debate, consciências
apuradas e comprometidas com o debate das mídias, que é mundial.
Saúdo e
felicito a equipe responsável pela realização do WebFor2013 e aproveito para
lembrar a você que a sua assinatura no Projeto Popular é fundamental. Continuaremos
na luta! Até o WebFor 2014. Salve!
(*) Historiadora e mestra em
Políticas Públicas e Gestão na Educação Superior (UFC).
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