ASSUNÇÃO GONÇALVES
Óleo sobre tela
passarelas
moça na janela
paisagem antiga
A dor é bela
Onde está a artista?
Por trás do vidro
Que o tempo embaça
fina e compacta ausência,
mela pincéis em abandono.
No tamborete da saleta
Na porta da cozinha
Canteiros de margaridas
Salve! Salve! Andorinhas.
Repousa, face lúcida
O que é belo
Adormecido está,
porém nunca esquecido.
A artista agora tece!!!
Longos dias
de um colorido palha
matizes de mãos trêmulas
tateando a casa
Um velho órgão
almofadas de renda
e a fina navalha do silêncio.
Mãos sempre postas
Cidadela
Santos de quarentena
Noites de sentinela
O que canta encanta a artista?
Sabe-se pouco
dos sonhos daquela
que emoldurou a história
lindas aquarelas
Essa terra
Retrato fiel de serenas retinas
Onde musas conspiram
e persistem a um não esmorecimento.
Não se perca – ela de nós -
paisagens, vultos e a paixão
em dias de glórias!
Não se perca!
Mulher brava
Nossa heroína
Mulher de fibra
Mulher amada, armada
Por esse sentimento que também é belo.
A poesia?
E por essa verdade
Que tanto nos embala
E essa história que corre solta.
Por Iris Tavares
Nenhum comentário:
Postar um comentário