sexta-feira, 8 de julho de 2011

CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE - HOMENAGEM A ASSUNÇÃO GONÇALVES

 ASSUNÇÃO GONÇALVES

Óleo sobre tela
passarelas
moça na janela
paisagem antiga
A dor é bela

Onde está a artista?

Por trás do vidro
Que o tempo embaça
fina e compacta ausência,
mela pincéis em abandono.

No tamborete da saleta
Na porta da cozinha
Canteiros de margaridas
Salve! Salve! Andorinhas.

Repousa, face lúcida
O que é belo
Adormecido está,
porém nunca esquecido.

A artista agora tece!!!

Longos dias
de um colorido palha
matizes de mãos trêmulas
tateando a casa

Um velho órgão
almofadas de renda
e a fina navalha do silêncio.

Mãos sempre postas
Cidadela
Santos de quarentena
Noites de sentinela

O que canta encanta a artista?

Sabe-se pouco
dos sonhos daquela
que emoldurou a história
lindas aquarelas

Essa terra
Retrato fiel de serenas retinas
Onde musas conspiram
e persistem a um não esmorecimento.

Não se perca – ela de nós -
paisagens, vultos e a paixão
em dias de glórias!
Não se perca!

Mulher brava
Nossa heroína
Mulher de fibra
Mulher amada, armada
Por esse sentimento que também é belo.

A poesia?

E por essa verdade
Que tanto nos embala
E essa história que corre solta.

Por Iris Tavares

Nenhum comentário:

Postar um comentário