domingo, 21 de agosto de 2011

POEMAS EM HOMENAGEM AO CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE - 2/2

Esse poema abre a coletânea de poesias "Santos de Quarentena", de minha autoria,  publicado em 1992. O poema é "CIDADE" e a poesia é um mapa de sentimento e ambiente, por onde se ver parida uma cidade. Quando estruturei o poema, Juazeiro – minha terra natal -  me alinhou a inspiração. Sempre estou lendo, relendo e sentindo emoções, principalmente agora no centenário de Juazeiro. Minha cidade, meu mundo, meu esconderijo.

"CIDADE"

Se homem
Se menino
Não sei
Apenas móvel figura de cidade
A inflar na minha mente

Ah! Onde estão os passos?
Vacilantes, desavisados
de quem frequenta o bar
laços de boemia
amarrados à lua
como fina teia
aranha, bicho da sede
e as andorinhas no asfalto

Se mulher
Se menina
Não sei
É a cidade
Sorriso malogro
um piscar de olho
Que nos faz sonhar

A cidade sou eu
De pernas abertas
Peito arfante e dentadura prateada

A procura dos deuses
dos pagãos
dos santos e dos beatos
enquanto geme a cidade
pelos becos
em cama de albergues quaisquer.
 .
                        Poema extraído de "Santos de Quarentena" de Íris Tavares.                   
 Fortaleza, Editora Expressão, 1992.

POEMAS EM HOMENAGEM AO CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE - 1/2


Quando li esse poema para Dejesus, seu rosto se contraiu de alegria e emoção. Ela dizia:  
-Lilinha! (apelido que ganhei do meu pai e que só a família ou pessoas muito intimas  à nossa casa, assim me tratavam). Muié você me botou no seu livro! E se ria até chorar. 

Hoje quem chora sou eu. De saudade! Dejesus (agora apenas espírito) habita uma constelação, gourmet das mais raras iguarias. 

Nesse centenário de Juazeiro, um refresco para os(as) filhos(as) de Juazeiro que tiveram o privilégio de se alimentar dos seios, das mãos e do coração da Doce Dejesus.

"DEJESUS"
“Dejesus” mora próximo ao Salgadinho
Mulher roliça
Pele cor da noite
Sorriso claro e iluminado
Como o dia

Nessas andanças à meia luz
Desnudando às ruas
Procurando luas
Avistei aquela figura
Alegria em volta
Mão em festa

Olhar de fartura atrvessa a janela
São os olhos de “Dejesus”
Encurtando as ausências
Manifestando benquerenças

Seus seios fartos
Sempre iguais - alimentando -   
Merenda escolar
Um velho quadro pintado
na memória antiga
Escola Normal

Foi lá que conheci “Dejesus”
Sonhos, pastéis, bolo,
Tapioca e o suco de groselha

“Dejesus” é doceira
é pitada de sal
é cozinheira de mão cheia
é mulher de temporais

Fogão de lenha
brabo cospe fogo
esquenta a casa e a sua dona
e deixa a vizinhança
com água na boca

É o cheiro, o belo odor
que perambula por aqui
que me fisgou
pelo olfato, pela lembrança
   de quem já se deliciou  
                                     de seus doces e guloseimas.                                               

                   Poema extraído de "Santos de Quarentena" de Íris Tavares.                   
 Fortaleza, Editora Expressão, 1992.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE (CE) - POESIA



CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE

Juazeiro é uma cidade detentora de uma história bem recente. O que são cem anos frente ao tempo incontável do Brasil? O fato é que, Juazeiro, como o meu berço e de tantas outras pessoas, também é berço de uma tradição que lhe é bem peculiar. Conviver num ambiente entre o sagrado e o profano é como atravessar os corredores do purgatório da Divina Comédia, obra prima de Dante Alighieri. O desfile de personagens de carne e osso nas ruas de Juazeiro inflamaram minha sensibilidade de menina do interior e mais interior fica a cada dia desses 100 anos que comemoramos a memória e a luta de tantos. Dos visionários como esse estranho personagem que queria fabricar um avião de papelão para ganhar os céus.

(ao lendário proletário das ruas: João Remexe-Bucho)

João Remexe Bucho
Bucho Remexe João
sempre catando papel
Montanha de lixo
escarcéu

João pra que tanto papel?
-Pra fazer avião, avião de Papel.

Descansa João Bucho remexe
Bucho à meia luz
Remexe tripa, falta do que comer
Sossegue, aquiete-se pelos bons santos

Pressa se tem não sei
Mas o avião não espera,
Parte ligeiro, sem volta,
ganha o céu, os ares.
Não pode demorar.

Senta-se pra comer oh! João
O resto é porre
fogo, imaginação...
Enche o bucho João

Saco nas costas
Papel, papelim, papelão.
Monturo o recebe
Sociedade o repele
À luz do meio dia.

João Remexe Bucho
Fabrica seu avião
Voa como Gavião
Para bem longe daqui

Remexe Bucho João
e cola as asas desse avião
enquanto a cidade inflama
ao sol do meio dia.
Voa nesse pássaro enorme
Céus cruzeiro
Misterioso Pavão
A guiar-te a terra do imaginário
canteiro do coração!

Extraído do Livro "Santos de Quarentena", de Íris Tavares.
Fortaleza, Editora Expressão, 1992.                  

FOTOS DO INTERCÂMBIO BRASIL-ITÁLIA-FORTALEZA

Clique no painel para vê-lo ampliado.

domingo, 7 de agosto de 2011

COOPERAÇÃO INTERNACIONAL (INTERCÂMBIO ITÁLIA-BRASIL- FORTALEZA)



ABERTURA - ENCONTRO DOS JOVENS DE DIFERENTES CIDADES (TURIM, VÁRZEA PAULISTA, SANTOS, BELO HORIZONTE, SALVADOR, RIO BRANCO E FORTALEZA)

Dia: 01 de agosto de 2011
Local: Instituto Municipal de Pesquisa, Administração e Recursos Humanos de Fortaleza - IMPARH

Fala de abertura da Presidente do IMPARH

          "  Estaremos desenvolvendo nessa semana uma programação iniciada no último sábado dia 30 de julho e que se estenderá até o dia 6 de agosto. A realização desse seminário é fruto de um trabalho que vem sendo cuidado pelo governo da prefeita Luizianne e que visa a aproximação entre as diferentes culturas e a troca de experiencias entre os povos de diversas nacionalidades. Dessa forma, a prefeitura integra de forma magistral órgãos de governo que lidam com o fazer de novas práticas e contribuem para uma nova mudança de mentalidade, tais como: a SECULT-FOR, SDH e as coordenadorias da Diversidade Sexual, das Mulheres, dos direitos da Pessoa Idosa, da Promoção da Igualdade Racial, das Pessoas Com Deficiência e da Juventude.

            O IMPARH, FUCET, COPERI, Coordenadoria de JUVENTUDE e o CUCA  estão diretamente envolvidos nessa atividade que amplia vários horizontes de pensar a nossa cidade em toda sua dimensão cosmopolita. O intercâmbio é uma das formas mais preciosas para se buscar a cooperação entre as experiencias exitosas experimentadas pelas comunidades de todo o mundo. Essa troca é fundamental para que possamos perceber que não estamos sós e que os problemas das pessoas que vivem nas cidades, sejam elas pequenas vilas ou megalópoles são, na maioria das vezes semelhantes, por isso que acreditamos que Fortaleza tem um diferencial importante pois executa políticas públicas que visam proporcionar aos munícipes o acesso ao estudo bilíngue, proporcionando aos seus jovens formação suficiente para que tenham acesso aos conhecimentos produzidos pelas diversas culturas mundiais.

            Somos um governo preocupado com as pessoas, o ambiente, a cultura, a diversidade, a violência que se insurge sobre todos nós. As nossas ações estão sempre voltadas para transformação de um modelo distante dos apelos mais prementes do povo; temos promovido, em parceria com diversas instituições governamentais e da sociedade civil, campanhas que visam combater quaisquer formas de discriminação, de violência, segregação racial, social e sexual. Somemos a tudo isso o modelo de participação popular adotado que é, sem dúvida, um corte propositivo para o aprofundamento da democracia e de um modelo de governo socialista que promove a paz e a justiça social nas cidades, e nas nações.

            A solidariedade é um sentimento que nos unifica e nos mantém vigilantes na construção de uma sociedade pautada na dignidade e no respeito mutuo.

            Encerro minha fala citando um dos maiores defensores mundiais da pluralidade cultural, o argentino Néstor Garcia Cancline. Um intelectual que há década dedica seus estudo para que a humanidade compreenda que é necessária e frutífera a convivência com as diferenças.
Em sua brilhante obra “Culturas híbridas”, afirma:

Para promovermos a democratização não do acesso aos bens culturais mundiais e a capacidade de combinarmos os repertórios, que essa época global expande é necessário, antes de tudo, ações políticas e econômicas. Entre elas, quero destacar, a urgência de que os acordos de livre comércio sejam acompanhados por regras que ordenem e fortaleçam o espaço público transnacional. Um dos requisitos para isso é que, ademais, globalizemos e universalizemos o conceito de cidadania,  para que as culturais multinacionais derivadas de migrações em massa sejam reconhecidas em uma concepção mais aberta da cidadania, capaz de abranger múltiplas pertenças.

            Sejam bem vindos(as) a Fortaleza Bela e que os nossos caminhos nos conduzam a realização coletiva da felicidade que os jovens inspiram: para os dias e tempos que virão depois de nós.

            Forte abraço!"

Maria Íris Tavares Farias
Presidente Instituto Municipal de Pesquisa, Administração e Recursos Humanos de Fortaleza-CE, Brasil.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

13 DE JULHO - DIA MUNDIAL DO ROCK !

Em 13 de julho de 1985, Bob Geldof organizou o Live Aid, um show simultâneo em Londres na Inglaterra e na Filadélfia nos Estados Unidos. O objetivo principal era o fim da fome na Etiópia e contou com a presença de artistas como The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, Scorpions, U2, Paul McCartney, Phil Collins (que tocou nos dois lugares), Eric Clapton e Black Sabbath.[1]
Foi transmitido ao vivo pela BBC para diversos países e abriu os olhos do mundo para a miséria no continente africano. 20 anos depois, em 2005, Bob Geldof organizou o Live 8 como uma nova edição, com estrutura maior e shows em mais países com o objetivo de pressionar os líderes do G8 para perdoar a dívida externa dos países mais pobres erradicar a miséria do mundo.
Desde então, o dia 13 de julho passou a ser conhecido como Dia Mundial do Rock.
.
SAUDAMOS A TODOS OS FÃS DO GÊNERO MUSICAL QUE MUDOU O SÉCULO XX !

domingo, 10 de julho de 2011

ABIDORAL JAMACARU - VÍDEO

Presenteio meus leitores com o trailler de ABIDORAL JAMACARU (esse é o "nome da raça"). ABIDORAL é músico e filho da Chapada do Araripe e do Crato.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE - IMAGENS DA REGIÃO





<--- Pintura sobre a Emancipação de Juazeiro do Norte.




 Estátua do Padre Cícero --->





<--- Vista da cidade de Juazeiro do Norte.






Fóssil encontrado na Chapada do Araripe --->






<--- A Chapada do Araripe.







Exemplar de ave da fauna local. --->








<--- Exemplar da flora local.

CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE - MEDALHA CENTENÁRIA

Bandeira de Juazeiro do Norte (CE)

"Juazeiro do Norte: A arte que expressa os primeiros momentos de formação do povoado de Juazeiro pode ser contemplada por meio da pintura singela da mais antiga artista plástica do Município. Maria Assunção Gonçalves, a primeira professora oficial da cidade, aos 96 anos, será uma das homenageadas com a Medalha Centenária de Juazeiro do Norte, amanhã, no Memorial Padre Cícero, em solenidade, a partir das 20 horas. O evento faz parte da programação das comemorações dos 100 anos da cidade. No dia 17, será aberta, oficialmente, a semana do Município, com show do padre Reginaldo Manzotti.

A Medalha Centenária também será concedida ao reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jesualdo Pereira Farias, e ao jornalista e escritor, Lira Neto. A homenagem será do Instituto Cultural do Vale Caririense (ICVC) e a Comissão do Centenário da cidade, criado há 34 anos. A Comissão esteve reunida na manhã de ontem, com a Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Romarias da cidade, para fechar os últimos detalhes relacionados à solenidade.

Este ano, as comemorações, além de contemplar os 100 anos de Juazeiro, estarão dentro dos 77 anos de morte do Padre Cícero, que acontece no dia 20, com a missa na Capela do Socorro, às 6 horas. O secretário José Carlos dos Santos afirma que as romarias têm aumentado durante este período e, para este ano, se espera um número maior de pessoas em virtude das comemorações alusivas à festa centenária da cidade. (...)"
.
Extraído do Diário do Nordeste (Caderno "Regional", 07.07.2011)

CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE - ACOLHIMENTO A ASSUNÇÃO GONÇALVES

ACOLHIMENTO A ASSUNÇÃO GONÇALVES

                Felicito a iniciativa do Instituto Cultural do Vale Caririense por homenagear pessoas que têm contribuído exemplarmente com a gloriosa História de Juazeiro do Norte, terra de muito brilho, de lutas, trabalho e oração.
               
                O Centenário da cidade evoca um ciclo de experiências vivenciadas pelo(a) mais simples e comum cidadã(ão), e por aquele(a) que ousa compreender e desvendar a complexidade dos fenômenos sociais que se forjaram ao longo do processo histórico dessa urbe centenária. Um desenho de cidade que mistura-se aos largos passos da diversidade humana e da necessidade de satisfazer o rico imaginário que compõe a trama da vida individual e coletiva.

                Coube a mim a honra de acolher a figura humana, gentil e delicada de uma mulher de muitas prerrogativas: artista, educadora, guerreira de uma tradição que nos faz filhas(os) de um dos legados mais valorosos da genialidade aplicada com a simplicidade de quem, de fato, se confunde com o belo e é capaz de vivenciá-lo com a sabedoria nata de um ser que cria e recria caminhos para dentro e para fora de si, conectando-se com as dores e os prazeres das aldeias desse lindo planeta chamado Terra.

                 ASSUNÇÃO GONÇALVES que, nessa noite festiva nos conecta a nossa aldeia mãe, nasceu na rua Pe. Cícero, 233, no dia 1º de junho de 1916, uma menina sadia que mais tarde retrataria, na sensibilidade de seus pincéis, a história de sua cidade e de sua gente.

                A sua origem está circunscrita à décima quarta geração do legendário Diogo Alvares Correia, o Caramuru. Descendência direta, portanto, de Caramuru com Paraguaçu.

                A serra de Santa Rosa deu-lhe, desde a infância, a dimensão extraordinária da natureza. Foi ali que seus olhos alcançaram as formas, as cores e os cheiros, o verde da floresta e o barulho inconfundível da fauna e flora.

                Aproveito para narrar uma das suas mais bravas lembranças: juntamente com algumas amigas, primas e primos, souberam que Lampião estava de visita a Juazeiro, hospedado no sobradinho da Rua Boa Vista com São Paulo, que na época era de propriedade da família do poeta João Mendes. Como um grupo de crianças curiosas e atentas aos fatos, fugiram da vista dos pais e foram ver Lampião ao vivo. O famoso cangaceiro estava deitado numa rede, a se balançar, e, com a aproximação do pequeno grupo de curiosos, indagou:
                    O que vieram fazer aqui? Por que não estão na escola?
                    Viemos conhecer o senhor.
                    Os pais de vocês estão sabendo?
                    Não, senhor.
                    Então vão para casa, eles devem estar  preocupados.                                                                                                
                Na memória astuta e aguçada de Assunção, a impressão que teve, no breve contato com o temido personagem, foi de cansaço e preocupação. Por isso, na mente da artista tem reservado um sentimento de solidariedade para aquele encontro surpreendente.

                Mulher de muitas inspirações: em 1992 inspirou o poema que serviu de título a uma coletânea de poesias de minha autoria, intitulada Santos de Quarentena, publicada, em Fortaleza, pela editora Expressão. E em 1997, com o apoio do nosso glorioso Instituto Pesquisa Cultural José Marrocos e da parceria entre as Secretarias de Cultura de Juazeiro e do governo do Estado do Ceará, o documentário Vida e Obra de Assunção Gonçalves, baseado no livro homônimo de minha autoria.

                Estar na minha terra e dizer a essa mulher, amada por todas(os) nós, que nossa cidade se torna mais humana e mais rica, com sua presença, me deixa extremamente feliz.

                Ao informar à prefeita de Fortaleza, Luizianne de Oliveira Lins, uma mulher também forjada nas lutas do povo libertário, que me ausentaria da cidade para cumprir a honrosa missão de entregar a medalha do centenário de Juazeiro a Assunção Gonçalves, ofertada pelo Instituto Cultural do Vale Caririense, ela me incumbiu da tarefa de agradecer o convite para participar da solenidade, mas que por motivos de força maior, referentes à sua agenda governamental de compromissos administrativos inadiáveis, não pôde comparecer. Sua presença pode ser substituída, querida Assunção Gonçalves, pelos nossos abraços e desejos de felicidades para que possa gozar de um centenário que se avizinha, com muita luz, sabedoria, coragem, sonhos e muita fé.
               
                Resta-me desejar que todos os presentes e as gerações vindouras possam guardar em suas memórias as emoções vividas hoje aqui.

                Encerro este momento de homenagem, fazendo a leitura de uma poesia de minha autoria chamada “Assunção Gonçalves”:

CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE - HOMENAGEM A ASSUNÇÃO GONÇALVES

 ASSUNÇÃO GONÇALVES

Óleo sobre tela
passarelas
moça na janela
paisagem antiga
A dor é bela

Onde está a artista?

Por trás do vidro
Que o tempo embaça
fina e compacta ausência,
mela pincéis em abandono.

No tamborete da saleta
Na porta da cozinha
Canteiros de margaridas
Salve! Salve! Andorinhas.

Repousa, face lúcida
O que é belo
Adormecido está,
porém nunca esquecido.

A artista agora tece!!!

Longos dias
de um colorido palha
matizes de mãos trêmulas
tateando a casa

Um velho órgão
almofadas de renda
e a fina navalha do silêncio.

Mãos sempre postas
Cidadela
Santos de quarentena
Noites de sentinela

O que canta encanta a artista?

Sabe-se pouco
dos sonhos daquela
que emoldurou a história
lindas aquarelas

Essa terra
Retrato fiel de serenas retinas
Onde musas conspiram
e persistem a um não esmorecimento.

Não se perca – ela de nós -
paisagens, vultos e a paixão
em dias de glórias!
Não se perca!

Mulher brava
Nossa heroína
Mulher de fibra
Mulher amada, armada
Por esse sentimento que também é belo.

A poesia?

E por essa verdade
Que tanto nos embala
E essa história que corre solta.

Por Iris Tavares