quarta-feira, 13 de julho de 2011

13 DE JULHO - DIA MUNDIAL DO ROCK !

Em 13 de julho de 1985, Bob Geldof organizou o Live Aid, um show simultâneo em Londres na Inglaterra e na Filadélfia nos Estados Unidos. O objetivo principal era o fim da fome na Etiópia e contou com a presença de artistas como The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, Scorpions, U2, Paul McCartney, Phil Collins (que tocou nos dois lugares), Eric Clapton e Black Sabbath.[1]
Foi transmitido ao vivo pela BBC para diversos países e abriu os olhos do mundo para a miséria no continente africano. 20 anos depois, em 2005, Bob Geldof organizou o Live 8 como uma nova edição, com estrutura maior e shows em mais países com o objetivo de pressionar os líderes do G8 para perdoar a dívida externa dos países mais pobres erradicar a miséria do mundo.
Desde então, o dia 13 de julho passou a ser conhecido como Dia Mundial do Rock.
.
SAUDAMOS A TODOS OS FÃS DO GÊNERO MUSICAL QUE MUDOU O SÉCULO XX !

domingo, 10 de julho de 2011

ABIDORAL JAMACARU - VÍDEO

Presenteio meus leitores com o trailler de ABIDORAL JAMACARU (esse é o "nome da raça"). ABIDORAL é músico e filho da Chapada do Araripe e do Crato.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE - IMAGENS DA REGIÃO





<--- Pintura sobre a Emancipação de Juazeiro do Norte.




 Estátua do Padre Cícero --->





<--- Vista da cidade de Juazeiro do Norte.






Fóssil encontrado na Chapada do Araripe --->






<--- A Chapada do Araripe.







Exemplar de ave da fauna local. --->








<--- Exemplar da flora local.

CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE - MEDALHA CENTENÁRIA

Bandeira de Juazeiro do Norte (CE)

"Juazeiro do Norte: A arte que expressa os primeiros momentos de formação do povoado de Juazeiro pode ser contemplada por meio da pintura singela da mais antiga artista plástica do Município. Maria Assunção Gonçalves, a primeira professora oficial da cidade, aos 96 anos, será uma das homenageadas com a Medalha Centenária de Juazeiro do Norte, amanhã, no Memorial Padre Cícero, em solenidade, a partir das 20 horas. O evento faz parte da programação das comemorações dos 100 anos da cidade. No dia 17, será aberta, oficialmente, a semana do Município, com show do padre Reginaldo Manzotti.

A Medalha Centenária também será concedida ao reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jesualdo Pereira Farias, e ao jornalista e escritor, Lira Neto. A homenagem será do Instituto Cultural do Vale Caririense (ICVC) e a Comissão do Centenário da cidade, criado há 34 anos. A Comissão esteve reunida na manhã de ontem, com a Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Romarias da cidade, para fechar os últimos detalhes relacionados à solenidade.

Este ano, as comemorações, além de contemplar os 100 anos de Juazeiro, estarão dentro dos 77 anos de morte do Padre Cícero, que acontece no dia 20, com a missa na Capela do Socorro, às 6 horas. O secretário José Carlos dos Santos afirma que as romarias têm aumentado durante este período e, para este ano, se espera um número maior de pessoas em virtude das comemorações alusivas à festa centenária da cidade. (...)"
.
Extraído do Diário do Nordeste (Caderno "Regional", 07.07.2011)

CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE - ACOLHIMENTO A ASSUNÇÃO GONÇALVES

ACOLHIMENTO A ASSUNÇÃO GONÇALVES

                Felicito a iniciativa do Instituto Cultural do Vale Caririense por homenagear pessoas que têm contribuído exemplarmente com a gloriosa História de Juazeiro do Norte, terra de muito brilho, de lutas, trabalho e oração.
               
                O Centenário da cidade evoca um ciclo de experiências vivenciadas pelo(a) mais simples e comum cidadã(ão), e por aquele(a) que ousa compreender e desvendar a complexidade dos fenômenos sociais que se forjaram ao longo do processo histórico dessa urbe centenária. Um desenho de cidade que mistura-se aos largos passos da diversidade humana e da necessidade de satisfazer o rico imaginário que compõe a trama da vida individual e coletiva.

                Coube a mim a honra de acolher a figura humana, gentil e delicada de uma mulher de muitas prerrogativas: artista, educadora, guerreira de uma tradição que nos faz filhas(os) de um dos legados mais valorosos da genialidade aplicada com a simplicidade de quem, de fato, se confunde com o belo e é capaz de vivenciá-lo com a sabedoria nata de um ser que cria e recria caminhos para dentro e para fora de si, conectando-se com as dores e os prazeres das aldeias desse lindo planeta chamado Terra.

                 ASSUNÇÃO GONÇALVES que, nessa noite festiva nos conecta a nossa aldeia mãe, nasceu na rua Pe. Cícero, 233, no dia 1º de junho de 1916, uma menina sadia que mais tarde retrataria, na sensibilidade de seus pincéis, a história de sua cidade e de sua gente.

                A sua origem está circunscrita à décima quarta geração do legendário Diogo Alvares Correia, o Caramuru. Descendência direta, portanto, de Caramuru com Paraguaçu.

                A serra de Santa Rosa deu-lhe, desde a infância, a dimensão extraordinária da natureza. Foi ali que seus olhos alcançaram as formas, as cores e os cheiros, o verde da floresta e o barulho inconfundível da fauna e flora.

                Aproveito para narrar uma das suas mais bravas lembranças: juntamente com algumas amigas, primas e primos, souberam que Lampião estava de visita a Juazeiro, hospedado no sobradinho da Rua Boa Vista com São Paulo, que na época era de propriedade da família do poeta João Mendes. Como um grupo de crianças curiosas e atentas aos fatos, fugiram da vista dos pais e foram ver Lampião ao vivo. O famoso cangaceiro estava deitado numa rede, a se balançar, e, com a aproximação do pequeno grupo de curiosos, indagou:
                    O que vieram fazer aqui? Por que não estão na escola?
                    Viemos conhecer o senhor.
                    Os pais de vocês estão sabendo?
                    Não, senhor.
                    Então vão para casa, eles devem estar  preocupados.                                                                                                
                Na memória astuta e aguçada de Assunção, a impressão que teve, no breve contato com o temido personagem, foi de cansaço e preocupação. Por isso, na mente da artista tem reservado um sentimento de solidariedade para aquele encontro surpreendente.

                Mulher de muitas inspirações: em 1992 inspirou o poema que serviu de título a uma coletânea de poesias de minha autoria, intitulada Santos de Quarentena, publicada, em Fortaleza, pela editora Expressão. E em 1997, com o apoio do nosso glorioso Instituto Pesquisa Cultural José Marrocos e da parceria entre as Secretarias de Cultura de Juazeiro e do governo do Estado do Ceará, o documentário Vida e Obra de Assunção Gonçalves, baseado no livro homônimo de minha autoria.

                Estar na minha terra e dizer a essa mulher, amada por todas(os) nós, que nossa cidade se torna mais humana e mais rica, com sua presença, me deixa extremamente feliz.

                Ao informar à prefeita de Fortaleza, Luizianne de Oliveira Lins, uma mulher também forjada nas lutas do povo libertário, que me ausentaria da cidade para cumprir a honrosa missão de entregar a medalha do centenário de Juazeiro a Assunção Gonçalves, ofertada pelo Instituto Cultural do Vale Caririense, ela me incumbiu da tarefa de agradecer o convite para participar da solenidade, mas que por motivos de força maior, referentes à sua agenda governamental de compromissos administrativos inadiáveis, não pôde comparecer. Sua presença pode ser substituída, querida Assunção Gonçalves, pelos nossos abraços e desejos de felicidades para que possa gozar de um centenário que se avizinha, com muita luz, sabedoria, coragem, sonhos e muita fé.
               
                Resta-me desejar que todos os presentes e as gerações vindouras possam guardar em suas memórias as emoções vividas hoje aqui.

                Encerro este momento de homenagem, fazendo a leitura de uma poesia de minha autoria chamada “Assunção Gonçalves”:

CENTENÁRIO DE JUAZEIRO DO NORTE - HOMENAGEM A ASSUNÇÃO GONÇALVES

 ASSUNÇÃO GONÇALVES

Óleo sobre tela
passarelas
moça na janela
paisagem antiga
A dor é bela

Onde está a artista?

Por trás do vidro
Que o tempo embaça
fina e compacta ausência,
mela pincéis em abandono.

No tamborete da saleta
Na porta da cozinha
Canteiros de margaridas
Salve! Salve! Andorinhas.

Repousa, face lúcida
O que é belo
Adormecido está,
porém nunca esquecido.

A artista agora tece!!!

Longos dias
de um colorido palha
matizes de mãos trêmulas
tateando a casa

Um velho órgão
almofadas de renda
e a fina navalha do silêncio.

Mãos sempre postas
Cidadela
Santos de quarentena
Noites de sentinela

O que canta encanta a artista?

Sabe-se pouco
dos sonhos daquela
que emoldurou a história
lindas aquarelas

Essa terra
Retrato fiel de serenas retinas
Onde musas conspiram
e persistem a um não esmorecimento.

Não se perca – ela de nós -
paisagens, vultos e a paixão
em dias de glórias!
Não se perca!

Mulher brava
Nossa heroína
Mulher de fibra
Mulher amada, armada
Por esse sentimento que também é belo.

A poesia?

E por essa verdade
Que tanto nos embala
E essa história que corre solta.

Por Iris Tavares

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A CELEBRAÇÃO DA LIBERDADE

    .
                    A CELEBRAÇÃO DA LIBERDADE
.
    Desde 06 de maio deste ano, quando os ministros do Supremo Tribunal Federal aprovaram por unanimidade o projeto de lei que regulamentou a união estável de casais do mesmo sexo, grupos conservadores e reacionários bradam em alto e bom som em defensa da “moral”, dos “bons costumes” e da “família brasileira".
    Brados que vêm de longas datas: já foram alvo de polêmicas a emancipação das mulheres, a aprovação do divórcio e as pesquisas com células-tronco. Contudo, o que é mais lamentável é o fato dessas pessoas demonstrarem total ignorância com relação ao processo histórico de formação de nossa sociedade, com raízes na civilização ocidental clássica.
    Na Grécia antiga, as mulheres dedicavam-se quase exclusivamente aos afazeres domésticos e por terem “sangue frio”, tinham pouco acesso à vida pública; já os homens, de “sangue quente”, tinham todas as regalias provenientes dessa condição biológica que lhes davam acesso à cidadania e, por conseguinte, acesso incondicional ao conhecimento, à política e à vida pública. Segundo Richard Sennett, “os gregos usavam a ciência do calor corporal para ditar regras de dominação e subordinação”.
Os mil anos que se seguiram à decadência da civilização greco-romana, foram marcados pela dominação cristã e pelo aumento da submissão feminina: a “ciência do calor corporal” deu lugar à “palavra de Deus”. E assim, a sina de dona de casa, mãe e rainha do lar, ganhou contornos religiosos, morais, éticos e, sobretudo, psicológicos: a grande maioria das mulheres passou a defender sua condição de submissão por acreditarem ser natural, portanto, divina.
Ao custo de muitos assassinatos cruéis, abandonos por parte de familiares e companheiros e, é claro, muitos protestos dos conservadores e reacionários, as mulheres foram conquistando sua emancipação: hoje, não só têm direito ao acesso à vida pública, como a igualdade de temperatura corporal. Apesar de algumas ainda aceitarem passivamente um cotidiano que lhes impõe uma jornada tripla, extenuante – durante o dia profissionais bem sucedidas e a noite donas de casa, mães e amantes carinhosas e compreensivas –, não há como negar que as mudanças foram consideráveis.
No final de 1977, os conservadores e reacionários brasileiros diziam que a a Lei Nº 6.515/77 que regulava sobre “os casos de dissolução da sociedade conjugal e do casamento, seus efeitos e respectivos processos” iria acabar com a família, sempre partindo do pressuposto que se tratava de um homem, uma mulher e os frutos dessa união: estrutura inspirada no padrão de família burguesa pregada pela Revolução Francesa e instituída no Brasil, ao longo do século XIX, pelas elites brasileiras. Enfim, nada de natural, apenas política.
Em maio de 2008, novamente uma decisão do Supremo Tribunal Federal  foi alvo de críticas. Entraram em cena os fundamentalistas religiosos para protestar contra a decisão dos ministros, em favor da continuidade das pesquisas com células tronco. O ponto central dos argumentos dos manifestantes foi a defesa da vida, nos fazendo lembrar duas outras longa batalhas entre o pensamento livre o fundamentalismo religioso, 1633 e 1984. No primeiro caso a vítima foi o físico Galileu Galilei acusado pelo Tribunal do Santo Ofício de blasfêmia por defender que a Terra orbitava em torno do Sol; no segundo a vítima foi o teólogo Leonardo Boff e sua Teologia da Libertação.
Já no último dia 06 de maio, o alvo dos reacionários e conservadores foi a regulamentação da união estável de pessoas do mesmo sexo, aprovada pelos ministros do STF, o que não quer dizer que os ministros sejam menos ou mais conservadores, apenas que cumpriram seus deveres de “salvaguardar” o Artigo 5º da Constituição brasileira, que diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
Levando em consideração que os conservadores e reacionários não conhecem os processos históricos que formaram a civilização ocidental e, portanto, não sabem que os padrões comportamentais, morais e éticos são frutos de construções sociais e, portanto, de relações de poder, sobraria um outro elemento interessante para o nosso debate: partindo do pressuposto que são conhecedores que vivemos em uma sociedade de direito civil constituído, poderíamos então acusá-los de desobediência civil, já que estão protestando publicamente contra uma decisão do STF, tomada para garantir o cumprimento da Constituição brasileira? Vejam bem, o debate se deslocaria: o centro das atenções deixaria de ser os casais do mesmo sexo, pois suas uniões obedecem rigorosamente à nossa Carta Magna, e passaria a ser os conservadores e reacionários que questionam o STF, promovendo um motim contra a Constituição brasileira.
É claro que estou metaforizando a questão, mas faço isso para que os senhores e as senhoras percebam que os padrões comportamentais não são frutos de desejos divinos, do “calor corporal” ou de combinações genéticas e raciais, mas das relações de poder estabelecidas no interior de cada sociedade e dependem de cada momento histórico em questão.
As transformações e as diferenças são bem vindas, pois são pistas de que os padrões comportamentais, muitas vezes impostos por pequenas elites, não foram totalmente vencedores.
 .
Por TANÍSIO VIEIRA
  Mestre em História pela PUC-SP
Assessor de Planejamento do IMPARH

quarta-feira, 15 de junho de 2011

POEMA ÚNICO


POEMA ÚNICO

Perdoa-me por essa falta de jeito
Essa força selvagem, quando te agrido
Na cama, pelo chão, na casa toda
Dizendo coisas obscenas (a chamar-te atenção)

Perdoa-me por essa indiferença branca
...que torna sem perspectiva a poesia...
Ah! esses acessos doidos e completos
Tão intimos tal qual o lápis sobre o papel (feliz cria)

Perdoa-me por arrancar de ti o mar
E me afogar impunemente em outras águas
Sereno é o teu vulto a me ladear
Como quem assim constrói, na pegada das manhãs,

a pureza do amor – num lento e arrastado bocejar...
Depois vem essa vergonha miúda
Condenações de erros sem acertos
Sobre o travesseiro – em madrugadas de sentinelas afoitas

E quando, no emaranhado de nosso ser,
Os nossos corpos por um grito se libertarem,
Tomaremos da taça o mesmo vinho
Que tão deliciosamente nos absorveu do perdão.

Extraído de: "Santos de Quarentena", de Íris Tavares.
Fortaleza, Editora Expressão, 1992.